terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Guia de Doenças - Sindrome do Pânico

Síndrome do Pânico
Definição
É um distúrbio do metabolismo cerebral. Em outros tempos, os portadores de síndrome do pânico eram tratados como neuróticos, fóbicos ou histéricos. A doença sempre existiu, embora certamente com menor incidência do que na atualidade. Há apenas dez anos, contudo, ganhou esse nome.

Características
A síndrome nada tem a ver com a força da personalidade ou com conceitos de coragem ou covardia. Para entendê-la, não se pode partir do pressuposto de que o paciente "inventa" ou "imagina" os sintomas. O coração realmente acelera, as mãos de fato ficam úmidas, a pele empalidece visivelmente e a pessoa passa por um profundo – e verdadeiro – mal-estar. Tudo isso acontece quando hormônios, como a adrenalina, são descarregados em quantidade exagerada na corrente sangüínea. Essa descarga anormal é provocada por uma glândula localizada na base do cérebro, chamada hipófise, que recebeu o estímulo de uma região cerebral situada pouco acima, chamada hipotálamo. Este, por sua vez, foi superestimulado porque algumas células nervosas do cérebro (os neurônios) apresentaram uma disfunção de substâncias químicas que circulam entre elas, principalmente a serotonina.

Quase sempre a doença tem razões físicas (incluindo a predisposição genética), emocionais ou ambas. Entre as causas de ordem física mais freqüentes estão as alterações orgânicas provocadas por medicamentos (como, por exemplo, as anfetaminas), doenças, traumatismos cranianos, drogas ou grandes alterações no metabolismo como um todo.

Entre as causas psicológicas ou emocionais encontram-se os estados prolongados de ansiedade e estresse. Tais quadros apresentam um importante fator em comum: a solução dos problemas enfrentados é dolorosa, difícil, traumática ou extremamente penosa do ponto de vista psicológico e emocional. Ou seja, a pessoa acredita que está ‘num beco sem saída’.

Sintomas
Destacam-se entre eles, principalmente: aumentos súbitos de freqüência cardíaca, suor em excesso, falta de ar, tremor, fraqueza nas pernas, ondas de frio ou de calor, tontura, sensações de que o ambiente está estranho, de pressão na cabeça, de que se está prestes a desmaiar, ter um infarto ou enlouquecer, de que se vai engasgar com alimentos. Também acontecem crises noturnas: a pessoa acorda sobressaltada, suando abundantemente e com o coração disparado. Com freqüência menor, ocorrem diarréias intensas, vertigens, crença obsessiva de que se tem doenças graves (mesmo que todos os exames digam o contrário), ou de que se é capaz de fazer mal a si mesmo ou a outras pessoas. Após certo tempo, surgem períodos de depressão, o que não significa que a pessoa também sofra desse outro distúrbio psiquiátrico. (Ver no "Guia de Doenças" o texto "Depressão".)

Muitas pessoas desenvolvem o medo de voltar a sentir medo. É comum que a simples idéia de entrar num avião ou de ficar preso num congestionamento baste para desencadear a crise. Existem aqueles que, no cinema, teatro ou restaurante, procuram sentar-se sempre perto da saída, para terem uma rota de fuga caso venham a passar mal. Assim, a pessoa chega ao limite de planejar seus horários e trajetos diários para evitar o risco de um congestionamento, ou de modo que haja um hospital no meio do percurso, por "precaução".

Tratamento
É um dos problemas mais facilmente tratáveis da psiquiatria. Embora longo, o tratamento traz alívio rápido dos sintomas, o que serve como incentivo para que o paciente submeta-se às prescrições médicas.

Na fase inicial, a terapia consiste em eliminar os sintomas físicos, o que costuma acontecer em horas ou dias, com a ajuda de medicamentos; no caso, a psicoterapia analítica é de pouca utilidade, sendo a de apoio mais eficaz. Em estágios avançados, quando se trata da eliminar as fobias, o tratamento mais eficaz é uma combinação de medicação com certas formas de psicoterapia, feita no início do tratamento.


É importante destacar que a síndrome do pânico é benigna e que quase todos os sintomas agudos das crises (exceto nas fobias) desaparecem nas primeiras horas ou dias de tratamento. Porém, a doença é "teimosa": seu tratamento tem de prosseguir por muito tempo, mesmo que a pessoa não sinta mais nenhum desconforto. Caso a terapia seja muito curta ou interrompida, a recaída é praticamente certa.

Como o tratamento medicamentoso de longo prazo pressupõe o uso de antidepressivos – e não de tranqüilizantes –, não ocorre dependência física nem tolerância (ou seja, não é preciso que o paciente tome doses cada vez maiores para obter o mesmo efeito).

Artigo extraido do site VEJA.COM saúde.
Esse conteúdo tem caráter meramente informativo e não substitui a consulta ao médico.

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