domingo, 4 de outubro de 2009

Arquivo Pessoal - Pedra Bruta


Aos olhos do escultor, a pedra bruta acolhe em “suas entranhas” a obra prima de sua arte que é o esculpir; Ele sabe que ali, a cada gesto no entalhar, vai surgindo aos poucos o produto de sua criação, resultado inquestionável de horas de trabalho, dedicação, paciência, força e delicadeza, que certamente passarão despercebidos àqueles que verão ainda que maravilhados, apenas “a figura representada”; Assim também nós, expostos nesse imenso painel em forma de mundo, “representamos nossas figuras” de homem e mulher, pais e filhos, crianças e jovens, “velhos ou novos” pessoas comuns, com características próprias tal qual assim o desejou seu criador, o escultor maior de todas as coisas; Porém, se fomos matéria prima da criação e assim fomos feitos a sua imagem e semelhança, seremos também porque não, os escultores do mundo; Cabe a cada um enquanto pedras brutas, se deixar tocar para que a cada “entalhe” flua para fora de si, o que de melhor possa existir dentro de nós: amor, alegria, Por que não dizer tristeza, gratidão e todas as formas de sentir, para que sejam expressados em sua essência e não representados apenas; Por outro lado, enquanto escultores, nos cabe procurar “enxergar” dentro do outro o que ele tem de melhor, talhar de maneira sutil, com dedicação, as suas potencialidades, qualidades e virtudes, sem medos ou pré conceitos estabelecidos por “críticos” que pontuam apenas o que não é bom; Creio que somente assim, estaremos valorizando ao outro e a nós mesmos, verdadeiras obras-primas, na arte da Vida.

Autor: Cesar Braga

Nenhum comentário:

Postar um comentário